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Mostrando postagens de fevereiro, 2019

VAMPIROS: UMA SAGA DE TERROR E PRAZER

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O mito do sugador de sangue – o vampiro – é milenar. Está lá na mitologia grega, povoou o imaginário e o folclore dos povos africanos e europeus, sendo particularmente cultivado pelos eslavos que de pai para filho repetiam estórias sobre este ser das trevas, maligno e sedutor. Ele é um arquétipo humano, uma representação de nós mesmos: vivemos numa sociedade em que poucos “sugam”, exploram muitos: essência da sociedade humana e do capitalismo.   Paulo Müzell - fevereiro de 2019 Na literatura o mito vampiro existe há apenas dois séculos. John Polidori, discípulo de Lorde Biron publicou em 1819 um romance que introduziu o personagem. Teve um sucesso fugaz, foi logo esquecido. Muitas décadas depois, no final do século XIX é que o mito vampiro voltou a assustar, excitar e a divertir o grande público. Em 1897 Bram Stoker publicou o clássico “Drácula”, inspirado na figura do conde Vlad Tepes, o empalador da Transilvânia, atual Romênia. A saga começa com a mudança do conde...

O OCASO DE UM VIRA-CASACA

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Por Paulo Müzell - Fevereiro de 2019 FHC é, sem nenhuma dúvida, a maior expressão política da direita brasileira das últimas quatro décadas. Carioca, construiu sua carreira política em São Paulo, o centro do poder econômico e político do país.   Descende de uma família de militares; seu pai, o general do exército Leônidas Cardoso, foi um destacado ativista, ferrenho nacionalista que se elegeu deputado federal pelo PTB. Sob a liderança de Monteiro Lobato, teve destacado protagonismo na campanha “O petróleo é nosso”, que resultou na criação da Petrobras por Getúlio Vargas em 1953. Militante de esquerda, FHC formou-se em sociologia, recebendo no início dos anos sessenta vários prêmios e reconhecimento acadêmico com a publicação “Dependência e desenvolvimento na América Latina”. Nesta etapa de sua vida ele parecia acreditar que era possível superar o crônico subdesenvolvimento do país, apostava na construção de uma nação forte e s...

DEMOCRACIA E PODER

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                      Paulo Müzell - fevereiro de 2019 John Kenneth Galbraith definiu o poder como “habilidade de um indivíduo ou de um grupo conseguir a submissão de outros a seu(s) propósito(s)”. Bertrand Russell complementou, afirmando que o poder na vida social tem um papel correspondente ao da energia no mundo físico. De que forma se exerce o poder, quais os meios utilizados para exercê-lo? Galbraith sintetiza citando o primeiro: punição, coerção, medo: o meio mais primitivo e a forma mais antiga de poder. Segundo: compensação, premiando aqueles que se submetem ao poder, é exatamente o inverso do medo e da punição. Terceiro: persuasão, que é conseguir a adesão através do convencimento, da crença. A sua forma mais perene: quem adere se sente ou tem a ilusão de ser partícipe do poder. A história da vida em sociedade é a história do poder. A produção do excedente e...

INDIGNIDADE

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Por Paulo Müzell - fevereiro de 2019    O país marcha para o caos. Depois de um janeiro catastrófico – que superou as mais pessimistas expectativas -, iniciamos o mês de fevereiro com um “pacote de maldades”, que superam o absurdo, beiram o insuportável. Vivemos na indignidade. Num país em que os salários são miseráveis, que tem uma casta dominante que ataca e retira as mínimas garantias e direitos dos trabalhadores, o novo governo anuncia o seu “pacote previdenciário”. A idade mínima para se aposentar será de 65 anos com de um tempo mínimo de contribuição de 40 anos. A justificativa é a urgente necessidade de reduzir um suposto déficit previdenciário que na verdade decorre do declínio da receita, consequência do aumento do desemprego e da informalidade combinado com o absurdo montante de renúncias fiscais e a apropriação indébita dos patrões. Prejuízo total: 86 bilhões de reais no ano passado. Mas o detalhe satânico, a mesquinharia, a indignidade é a prop...